Fonte: O Progresso

A disparada de casos de coronavírus continua desacelerando a venda de combustíveis em Dourados, incluindo o gás de cozinha, a exemplo de todo País. Para acentuar ainda mais a queda, entre 20% a 35%, a alta nos preços dos combustíveis, como a gasolina e etanol, exceto o óleo diesel, vem afastando ainda mais os consumidores. No caso do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) –  gás de cozinha de 13 quilos – teve pelo menos quatro aumentos de junho para julho, porém, as revendedoras (depósitos) não conseguem repassar o aumento aos consumidores e a retração nas vendas vem assustando. Para alguns, considerada a pior crise no setor enfrentada até agora. A concorrência, considerada desleal com os clandestinos, afeta diretamente o setor em Dourados.

No caso dos combustíveis, a queda nas vendas da gasolina e etanol segue entre 20% a 35%, o que não é diferente do restante do Brasil, na avaliação do empresário Tarso Moro Rosa, proprietário de vários postos em Dourados. A queda nas vendas, segundo ele, vem ocorrendo desde o início da pandemia do coronavírus, mesmo quando os preços dos combustíveis tiveram queda, meses atrás.

Segundo ele, a queda nas vendas só não é maior em Dourados por conta do óleo diesel, que se mantém estável, segurado pelo agronegócio, que na região é bastante forte.

Preços

De acordo com a última pesquisa do Procon de Dourados, feita no mês de julho, a gasolina teve um aumento de 6,06% em relação ao mês de junho. O preço médio por litro é encontrado em Dourados a R$ 4,25 e o menor preço a R$ 4,15.

Já o etanol teve um aumento de 1,89% no mês de julho. O preço médio chega a R$ 3,18 e o menor a R$ 2,99. Diferente dos outros combustíveis, o óleo diesel comum teve uma queda no preço de 3,73%. O preço médio e o menor, conforme a pesquisa do Procon, é de R$ 3,03. Já oleo diesel S10 teve queda de 0,70%. O preço médio e o menor é de R$ 3,19.

Segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional de Petróleo) feita entre os dias 19 a 25 de julho, em Dourados, o preço médio da gasolina estava R$ 4,30; do etanol R$ 3,25, do óleo diesel comum R$ 3,37 e óleo diesel S10, R$ 3,44.

Petrobrás

A Petrobrás anunciou o aumento dos combustíveis na refinaria no dia 16 deste mês. A gasolina teve aumento de 4% e o diesel, elevação de 6%. Com o novo reajuste, 22º no ano, sendo a 10ª elevação, o litro da gasolina passou a custar R$ 1,725 nas refinarias. Em julho, é o terceiro aumento seguido e, desde 7 de maio, o combustível tem subido religiosamente uma vez por semana. No ano, ainda acumula queda de 10,2%.

Gás de cozinha

Apesar da pandemia de coronavírus, que obriga as pessoas a ficarem mais tempo em casa, além de evitar  viagens e de circular menos na cidade, a expectativa seria que o consumo de gás de cozinha aumentasse, afinal, as pessoas fariam a sua alimentação em casa, com isso, consumiriam mais o GLP,  mas não foi isso que aconteceu, pelo menos em Dourados.

Logo quando começou a pandemia, houve um aumento de até 22% no consumo de gás de cozinha na cidade, segundo Marco Antonio Maidana, proprietário de um depósito de gás na Rua Cuiabá. “Depois desse aumento no consumo, a demanda estabilizou a passou a cair. Hoje a queda chega entre 20% a 30%”, segundo ele.

Com 23 anos trabalhando no ramo de gás de cozinha,  Maidana, disse que nunca enfrentou uma crise tão grande e que por causa disso está pensando em mudar de ramo.

Ele explica que além da pandemia do coronavírus ter enfraquecido o negócio, a Petrobras vem provocando aumentos consecutivos no GLP. Desde o mês de junho foram quatro aumentos nos preços. Hoje o preço do GLP quando sai da Petrobrás é de R$ 26,00, mas ao passar por todos os “atravessadores” – incluindo o aumento do ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias), pois quando a carga do produto cruza a fronteira do Estado São Paulo para Mato Grosso do Sul, ocorre um aumento na alíquota de imposto na ordem de 10% – com isso, o preço do botijão chega para Maidana, na distribuidora, em Dourados, a R$ 58,00.

Ele explica que não está conseguindo repassar o aumento do gás de cozinha para o consumidor apesar dos consecutivos aumentos da Petrobrás. A maior causa disso é a forte concorrência com os clandestinos. “É uma concorrência desleal, porque eu pago impostos e sou legalizado, mas tem a concorrência com os clandestinos, que não paga impostos e entrega o produto abaixo do valor. Como repassar algum aumento de preço para o consumidor com essa concorrência?”, questiona.

Ele disse que não sabe avaliar quantos clandestinos tem na cidade, mas é um número grande, já que não existe fiscalização e o número de ilegais está cada vez maior na cidade.

Pesquisa

Conforme pesquisa do Procon do mês de julho, o preço médio do botijão de 13 quilos, está sendo vendido a R$ 75,00. O preço mais em conta chega a R$ 68,00 e o mais caro a R$ 82,00.

Conforme pesquisa da ANP, entre os dias 19 a 25 de julho, o preço médio praticado em Dourados chega a R$ 72,00. O preço é de R$ 65,00 e máximo 80,00.

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