Fonte: Sindigás

O Sindigás e a EPE promoveram workshop para apresentar o estudo GLP – Energético de Transição, que apresenta o potencial de contribuição do combustível, no panorama nacional e mundial, em que energéticos ambientalmente amigáveis ajudam na redução da pegada de carbono e de outros poluentes. A pesquisa, elaborada pelo professor Fernando Corner abrange ainda inúmeras possibilidades de conservação de energia por meio de processos mais eficientes e produtivos.

Em sua apresentação, Corner destacou o GLP como insumo indispensável na vida da população e analisou sua importância no atual processo de transição energética, indicando a versatilidade do combustível além da geração de calor. “O GLP possui vários tipos de aplicações. Acho injusto quando denominam como gás de cozinha”, afirmou Corner.

No evento também estavam presentes a diretora da EPE, Heloísa Borges; o presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Mello; o presidente da AIGLP, Ricardo Tonietto; o pesquisador do Grupo de Economia da Energia da UFRJ Marcelo Colomer, o professor da USP e doutor em Economia da Energia Edmilson Moutinho; e o pesquisador da UFRJ Aldren Vernersbach, entre outros convidados.

Durante o encontro, foram discutidos temas como a criação de políticas públicas, a necessidade de levantamentos sobre o uso do GLP no âmbito nacional e a disponibilidade do produto no país. Sergio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás defendeu a necessidade de políticas públicas para garantir o acesso de famílias pobres ao GLP. No entanto, para ele, um programa social destinado à camada mais vulnerável da população precisa ser uma iniciativa do governo e não do setor econômico. “O GLP é uma realidade em diversos lares brasileiros. Precisamos definir quem pagará pelas oscilações de preços do produto se é o contribuinte ou o consumidor, ressaltou Bandeira de Mello.”

Já Heloísa Borges, diretora da EPE, chamou a atenção para a necessidade de informações que possam subsidiar a criação de políticas públicas, e defendeu que o setor privado deve trabalhar em conjunto com a EPE para a obtenção de dados reais sobre saúde pública junto aos estados. Também destacou a necessidade de elaboração de estudos nacionais sobre o tema, já que a transição energética na Europa e nos Estados Unidos se encontra em níveis mais avançados que os do Brasil. “Aqui no Brasil, parte da população ainda precisa recorrer à lenha para preparar suas refeições”, destacou a diretora.

A mesma preocupação é compartilhada por Marcelo Colomer, pesquisador do Grupo de Economia da Energia da UFRJ. “Não temos dados precisos sobre o uso de lenha, pois esse consumo varia entre as capitais brasileiras. Ter esse dado mapeado é fundamental para adequar as políticas públicas que são urgentes para se reduzir o uso da lenha”, defendeu Colomer. Ele afirma que o consumo do GLP é uma questão de renda e pelo fato de o preço do combustível estar diretamente atrelado às oscilações do mercado internacional, levando o consumidor de baixa renda a ser penalizado pelo peso do energético em sua cesta de produtos. “Em um estudo realizado recentemente, observamos um aumento do consumo do GLP relacionado ao auxílio emergencial. Nos estados onde a renda média subiu, houve aumento no consumo de GLP. Está faltando renda para o consumidor de GLP”, advertiu Colomer.

Edmilson Moutinho, professor da USP e doutor em Economia da Energia, ressalta que a farta disponibilidade do GLP atende à velocidade de crescimento do país. “O Brasil cresce muito na região do centro-oeste, tanto em termos populacionais quanto econômicos. A diversidade energética oferecida pelo GLP alcançará essa velocidade, oferecendo segurança e uma estrutura de estocagem barata”, avaliou Moutinho.

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