Fonte: EPBR / imagem: Divulgação

RIO – O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi exonerado por Jair Bolsonaro (PL) nesta quarta (11), a pedido, segundo publicação no Diário Oficial da União (DOU). No mesmo ato, Bolsonaro nomeou Adolfo Sachsida, que deixa o cargo de chefe da Assessoria Especial do Ministro da Economia, Paulo Guedes.

Sachsida foi secretário de Política Econômica até fevereiro.

Bento Albuquerque foi exonerado menos de uma semana após Bolsonaro exigir, na quinta (5), que a Petrobras mantivesse os preços do diesel congelados até o fim da crise internacional que provocou uma disparada dos preços do combustível. Quatro dias depois, a companhia reajustou os preços em 9%.

“Vocês não podem, ministro Bento Albuquerque e senhor José Mauro, da Petrobras, não podem aumentar o preço do diesel. Não estou apelando, estou fazendo uma constatação, levando-se em conta o lucro abusivo que vocês [Petrobras] têm. Vocês não podem quebrar o Brasil”, disse Bolsonaro na semana passada.

O aumento ocorre apesar de os preços do petróleo cru terem se mantido relativamente estáveis no período, em um momento de choque no mercado de combustíveis, que provoca a elevação dos preços, agravado no Brasil pelo câmbio.

Bento Albuquerque teve influência na escolha do atual e do ex-presidente da Petrobras. O general Joaquim Silva e Luna, demitido mês passado por Bolsonaro, é próximo do agora ex-ministro de Minas e Energia e, antes, havia exercido o cargo de diretor-geral de Itaipu Binacional.

Com o fracasso da indicação do consultor Adriano Pires para a presidência da Petrobras e de Rodolfo Landim para comandar o conselho de administração (CA), Bento Albuquerque ajudou a bancar a escolha de José Mauro Coelho, que havia sido seu secretário de Petróleo e Gás Natural (SPG) no ministério.

Minutos antes de a Petrobras divulgar um lucro de R$ 44,8 bilhões no primeiro trimestre, Bolsonaro disse que a empresa está “abusando do povo brasileiro” e que a inflação dos combustíveis pode “quebrar e levar o Brasil para uma situação bastante complicada”.

Bolsonaro fez o apelo diretamente ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e ao novo presidente da Petrobras, José Mauro Coelho — que tomou posse há apenas 22 dias.

“Apelo para que contenham, diminuam um pouco o lucro abusivo que vocês têm em detrimento da população brasileira”, discursou o presidente, durante live com seguidores nas redes sociais, sem mencionar que a União, controladora da companhia, é a acionista que mais recebe recursos da distribuição dos dividendos da petroleira.

Almirante de esquadra da Marinha do Brasil, Bento Albuquerque assumiu o Ministério de Minas e Energia (MME) com a posse de Bolsonaro, em 2019.

Na Marinha, comandou o programa nuclear nos governos do PT e além de acumular cargo em conselhos das estatais como Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul) e da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e Itaipu Binacional.

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