Fonte: Hora do povo / imagem: Petrobras 

Logo após a entrega da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus, por Bolsonaro ao grupo privado Atem, o resultado foi o aumento imediato no preço do gás de cozinha vendido pela unidade, que produz 10% do produto que abastece o Norte do país. A partir de 1° de dezembro o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo, conhecido como gás de cozinha) teve aumento de 93 centavos por quilo. E o preço pode subir ainda mais em 2023, admitiu a Atem.

Na semana passada, a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva defendeu junto ao atual governo, em reunião com o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que o processo de venda da refinaria e de demais ativos da Petrobrás fossem interrompido.

Boslonaro, em fim de governo, ao contrário, acelerou o processo de privatização da Reman. Em comunicado, a direção da Petrobrás alegou que “a operação está alinhada à estratégia de gestão de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à maximização de valor e maior retorno à sociedade”.

No entanto, o consumidor da região Norte já está pagando mais caro pelo gás de cozinha. O aumento de R$ 0,93 por quilo de gás foi anunciado na quinta (1º). Com o reajuste, um botijão de 13 kg tende a custar pelo menos R$ 12,00 a mais. A conta não considera impostos que incidem sobre o custo do gás.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), um botijão de gás custa, em média, R$ 112,00 no Amazonas. Considerando esse valor, o botijão envasado pela Reman tende a ficar 10% mais caro. Em Boa Vista (Roraima), alguns revendedores já subiram os preços, que chegam a R$ 135 o botijão de 13 quilos.

Segundo a Petrobrás, a venda foi concluída com o pagamento de US$ 257,2 milhões para a estatal. A companhia recebeu US$ 228,8 milhões – montante que se soma aos US$ 28,4 milhões pagos na assinatura do contrato.

A refinaria tem capacidade de processamento de 46 mil barris por dia e a venda também inclui um terminal aquaviário.

A Reman é a única grande refinaria da região. Por isso, segundo o economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social do Petróleo (OSP), sua venda dá à Atem o monopólio regional de fornecimento de combustível e, com isso, o controle sobre preços.

Algo parecido já ocorreu após a privatização da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, no final do ano passado. Após a venda da Rlam pela Petrobras, a Bahia passou a ter um dos combustíveis mais caros do país.

“A venda da Reman e seus ativos logísticos foi concluída no apagar das luzes, a 30 dias da posse do novo governo, criando mais um monopólio regional privado contra o cidadão brasileiro. A refinaria foi vendida a preço de banana por uma administração especialista em liquidação do patrimônio público”, denunciou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.

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