Fonte: Folha de Pernambuco / imagem: Petrobras

O governo deve mudar mais dois indicados ao Conselho de Administração da Petrobras, de acordo com fontes do setor. Até agora dos oito nomes enviados à estatal, dois já foram alterados.

Segundo essas fontes, há uma expectativa de que devem ser substituídos Pietro Adamo Sampaio Mendes, que havia sido indicado para a presidência do Conselho de Administração, e Sergio Machado Rezende.

Segundo as fontes, esses dois nomes ainda não foram analisados pelos departamentos da estatal porque há uma indicação de Brasília de que eles deverão serão substituídos. “A empresa está esperando a substituição desses nomes”, afirmou a fonte. “Essa mudança já deveria ter sido feita”.

As negociações entre o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da estatal, Jean Paul Prates, seguem em ritmo intenso nas últimas semanas. Nesta terça-feira há uma reunião em Brasília.

Uma outra fonte lembrou que o Comitê de Pessoas (Cope), responsável pela análise dos indicados a cargos na estatal, vai se reunir na próxima quinta-feira. A reunião do Conselho e Administração para a aprovação dos nomes está marcada para o dia 29 de março.

Segundo essas fontes, as novas substituições podem ocorrer, pois os indicados teriam algumas contra-indicações. Os dois nomes são Indicações de Alexandre Silveira.

A leitura é que Pietro é servidor de carreira da Agência Nacional de Petróleo (ANP), especialista em regulação de petróleo e está cedido para o Ministério de Minas e Energia. Isso poderia configurar uma espécie de conflito de interesses. Há também impedimentos em torno de Sergio Machado Rezende, ex-ministro de Ciência e Tecnologia entre 2005 e 2010, no governo Lula.

Segundo uma das fontes, nem todos os nomes indicados contam com avaliação dos departamentos da estatal responsáveis por fazer os chamados Background Check de Integridade (BCI) e Background Checking de Gestão (BCG).

Segundo essa fonte, Efrain Pereira da Cruz e Eugênio Tiago Chagas Cordeiro Teixeira ainda não enviaram toda documentação necessária. Entre os indicados restantes, as análises já circulam entre o alto escalão da companhia com as análises prévias. Conforme antecipou a colunista Malu Gaspar, Pietro e o diretor da Agência Nacional de Águas, Victor Saback, poderiam receber aval negativo.

Uma outra fonte do setor lembrou que o governo teria sido alertado sobre os nomes que não estariam dentro das regras da Lei das Estatais.

Na mais recente mudança anunciada pela estatal, Efrain Pereira da Cruz foi anunciado no lugar de Carlos Eduardo Turchetto Santos, ex-presidente da Companhia Mineira de Açúcar e Álcool, uma das maiores produtoras de biocombustíveis do país. Efrain é ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Foi ainda diretor das Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron) e da Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre). Segundo fontes, Efrain seria uma indicação da cota do União Brasil.

Wagner Victer, ex-presidente da Cedae, foi ainda substituído por Bruno Moretti, nome ligado ao PT, após forte pressão de parte do partido do presidente, que tem forte ligação com sindicatos de petroleiros e vem criticando as indicações para o conselho da estatal.

A indefinição da lista fez a Petrobras adiar a realização da Assembleia Geral Ordinária do dia 19 de abril para o dia 27 do mesmo mês. Na próxima quinta-feira, a estatal deve divulgar o edital da assembleia dos acionistas.

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