Fonte: O Tempo / imagem: Pexels

O alívio dos motoristas com a redução do preço da gasolina não durou mais que duas semanas. A previsão é que ele volte a subir a partir desta quinta-feira (1º/06) em Minas Gerais e outros 21 Estados, além do Distrito Federal. Agora, o ICMS terá um valor fixo em todo o país. Em Minas, isso significará um aumento de cerca de R$ 0,24 de imposto por litro de combustível — o que tende a ser refletido na bomba para o consumidor. Entenda a mudança em 4 pontos:

1 – O que é a padronização do ICMS?

O preço da gasolina pode voltar a passar de R$ 5 em Belo Horizonte nesta semana, após cair devido ao corte anunciado pela Petrobras neste mês. A média de preços na capital é R$ 4,96, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Mas a padronização do ICMS pode elevar o preço.

A mudança é prevista desde março deste ano. Ela ocorrerá devido a uma decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que padronizará a cobrança do imposto estadual em todos os Estados do Brasil. Antes, cada um tinha uma alíquota diferente. A partir de agora, em todos será cobrado R$ 1,22 de ICMS por litro de gasolina. Em Minas, isso significará uma elevação de cerca de R$ 0,24 por litro.

A mudança afetará preços em outros Estados também. Em Alagoas, no Amazonas e em Piauí, ele pode baixar e, em Roraima, manter-se inalterado. O estado com maior expectativa de alta é Mato Grosso do Sul (de R$ 0,30 por litro), o que representaria elevação de 6% sobre o preço médio nos postos locais, de R$ 4,94 por litro.

O imposto não é pago diretamente pelos postos e, sim, já adicionado ao preço praticado pelas refinarias. Por isso, o diretor comercial da Valêncio Consultoria Combustíveis, Murilo Genari Barco, pondera que o consumidor sentirá o aumento no bolso. “Por se tratar de imposto, com certeza o repasse deve chegar integralmente, pois essa é uma conta que não tem como qualquer elo da cadeia absorver, ela é repassada diretamente ao custo de aquisição”.

A padronização do ICMS foi comemorada pelos postos de combustível, por meio do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro). Do ponto de vista da entidade, ela elimina a guerra fiscal entre os Estados, que fazia com que a gasolina em cidades do Sul de Minas, por exemplo, fosse tradicionalmente mais cara que a das cidades vizinhas em São Paulo, a poucos quilômetros de distância.

3 – O preço da gasolina continuará aumentando?

No longo prazo, a mudança também pode ser benéfica para o consumidor, avalia a pesquisadora do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep) Carla Ferreira. A volatilidade dos preços da gasolina no Brasil acompanhava a movimentação do preço internacional do petróleo, antes da mudança de política da Petrobras, divulgada neste mês. Como o ICMS era uma porcentagem desse preço, e não um valor fixo, contribuía para aumentos ainda mais significativos, detalha a especialista.

4 – O quanto a gasolina já baixou em BH?

No dia 16 de maio, a Petrobras anunciou um corte de R$ 0,40 por litro de gasolina para as distribuidoras. Na bomba dos postos, entretanto, o corte é menor, pois a gasolina comercial é misturada com etanol. A previsão da Petrobras era que o consumidor final poderia pagar, nacionalmente, R$ 0,29 a menos.

Em Belo Horizonte, a gasolina baixou, em média, R$ 0,18. O cálculo leva em conta os preços apurados pela ANP entre as semanas dos dias 14 a 20 e 21 a 27 de maio. Mas há postos em que ela é vendida mais barato. O preço mais baixo na amostra de 39 estabelecimentos visitados pela ANP foi R$ 4,85.

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