Fonte: GZH / imagem: CJJ
Pelo menos 30% do abastecimento do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, no Estado está comprometido. Uma das principais distribuidoras no país, a unidade da Copa Energia, antiga Liquigás, em Canoas, foi atingida pela inundação. Imagens que circulam nas redes sociais mostram botijões boiando, em meio à água barrenta, e um navio propaneiro atracado junto à distribuidora.
— Parecem garrafas pet. Mas são botijões — afirma José Ronaldo Tonet, presidente do Sindicato das Empresas Distribuidoras Comercializadoras e Revendedoras de Gases Em Geral no Estado do Rio Grande do Sul (Singasul).
Localizada no bairro Rio Branco, a unidade é responsável por cerca de 30% do abastecimento da matéria-prima no Estado. Os outros 70% também vêm de Canoas, mas de empresas localizadas na Avenida Antônio Frederico Ozanam, no bairro Brigadeira, que não foi atingido até o momento pelas águas, conforme mapa da Defesa Civil do Estado.
Ainda conforme o Singasul, caminhões já abastecidos conseguem chegar aos Centros de Distribuição no Estado, localizados nos municípios de Passo Fundo, Pelotas e Santa Maria, até terça-feira (7).
— Já Canoas, base principal, não há previsão de carregamento por causa da enchente. A confirmar com as distribuidoras — afirma o dirigente.
GZH entrou em contato com distribuidoras localizadas no município, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Em Porto Alegre, há algumas revendas submersas, próximas à avenida Farrapos.
Falta gás na Região Metropolitana
Relatos de falta de gás de cozinha circulam em Porto Alegre e na Região Metropolitana. É a “demanda do desespero”, define Tonet:
— Estamos com uma demanda aquecida, assim como supermercados com alguns gêneros alimentícios, postos de combustíveis.
Ainda assim, o dirigente reforça que não há necessidade de fazer estoques. O consumo médio no Estado de um botijão varia de 40 a 45 dias.
— Com as águas baixando… O Taquari já baixou, a Região Metropolitana ainda vai demorar um pouco — avalia Tonet.
A previsão do Singasul também é de aumento no preço do produto final. De acordo com o dirigente, muitas estradas estão com obstrução ou destruídas, o que faz com que seja necessário rotas alternativas, “mais distantes, muitas vezes”. O valor médio do produto chegou a R$ 104,13 na semana passada no Estado.