Fonte: O Litorâneo / imagem: Petrobras
A Refinaria de Petróleo Riograndense, a primeira refinaria de petróleo do Brasil, será também pioneira na produção de biocombustíveis. Em cerimônia realizada na cidade do Rio Grande, na segunda-feira, 24, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a empresa, detida pela Petrobras, Braskem e Grupo Ultra, receberá um aporte financeiro de R$ 5,5 bilhões para sua conversão completa em biorrefinaria, tornando-se a primeira do Brasil. “Será uma biorrefinaria que produzirá combustíveis somente a partir de óleos vegetais […] será a primeira a operar sem nenhuma gota de petróleo”, afirmou Magda Chambriard.
Segunda fase de testes concluídas
Em anúncio também na segunda-feira, 24, a Riograndense informou que, no último dia 17 de fevereiro, concluiu mais uma etapa de testes de biorrefino. A segunda fase do projeto, que consiste no coprocessamento de carga mineral com 5% de bio-óleo, ou seja, com matéria-prima de biomassa não alimentar, foi aprovada com êxito. Com o resultado, a refinaria produzirá derivados típicos de petróleo a partir de madeira ou outros resíduos agrícolas altamente abundantes no planeta.
Em nota, o diretor superintendente da refinaria, Felipe Jorge, afirmou que a conclusão desta etapa representa o início do novo modelo de refinaria que está sendo construído. “A aprovação dessa etapa valida o modelo robusto do futuro que estamos construindo para a Riograndense, com produção de biocombustíveis e químicos verdes, em um projeto com foco em sustentabilidade”, destacou Felipe Jorge.
Ainda conforme a presidente da Petrobras, a executiva ressaltou que a Petrobras já realizou testes de processamento de 100% de óleo de soja na refinaria, no ano passado, e que, nos próximos anos, a unidade será 100% convertida para produzir combustível de aviação e diesel 100% renováveis.
Primeiros testes
O primeiro teste de biorrefino desenvolvido pela Refinaria Riograndense foi concluído no dia 6 de novembro de 2022, sendo realizado com base em uma tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras, que envolve a unidade de FCC (craqueamento catalítico fluido) da refinaria.
Com base nessa tecnologia, os testes alcançaram êxito na produção de combustíveis e petroquímicos renováveis de alto desempenho, como bio-GLP, óleo leve e renovável, óleo pesado renovável e bio-BTX (benzeno, tolueno e xileno), além de produtos com aplicações nas indústrias de borracha sintética, nylon e PVC. Na época, o então presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que os testes de biorrefino contaram com um investimento de R$ 45 milhões.
O projeto
Em novembro de 2024, a refinaria assinou contrato de licenciamento com a empresa dinamarquesa Topsoe para fornecimento da tecnologia para a produção de combustíveis 100% renováveis. O projeto, que tem como objetivo tornar a Refinaria Riograndense pioneira na América Latina no processamento de matéria-prima 100% renovável, também compreende a produção de combustíveis avançados a partir da rota conhecida como HEFA, utilizando ésteres, ácidos graxos e hidroprocessados. A partir disso, será possível produzir Diesel Verde, Combustíveis de Aviação Sustentável e Nafta Verde.
Além disso, o projeto também envolve a construção de unidades de processamento com capacidade para tratar 800 mil toneladas de matéria-prima renovável anualmente. O investimento planejado para a planta é de aproximadamente US$ 950 milhões. A expectativa é que, neste ano, mil empregos diretos sejam gerados.