Fonte: Sindigás

No próximo domingo, dia 7 de junho, é comemorado mundialmente o LPG Day. O presidente da AIGLP, Ricardo Tonietto, faz uma avaliação do setor, os desafios enfrentados com a pandemia de Covid-19, as transformações ocorridas nesse novo contexto e as oportunidades de crescimento do setor.

1) Qual a importância de ter um dia dedicado ao GLP?

É importante para voltar os olhos, de forma crítica, para o setor, refletir sobre o que está sendo feito, pensar sobre o que pode ser aperfeiçoado, como os atores e stakeholders enxergam e se comportam em relação ao setor. É um momento para avaliar o que fomos, o que somos e o que poderemos vir a ser, como construir hoje um mercado que seja sustentável daqui a 20,30, 50 anos para as gerações que darão continuidade ao nosso trabalho.

2) O GLP é um energético limpo, versátil, facilmente transportável e armazenável. Como você avalia nível de uso do GLP, tendo em vista todo esse potencial, em países ibero-americanos?

Em relação aos países latinos, o GLP tem muito a crescer porque ainda é visto como energia para cozinhar, mas suas possibilidades vão muito além. Se o segmento residencial é uma fatia extremamente expressiva, com inúmeros clientes, a ideia assimilada de energia restrita à cozinha dificulta o seu uso mais amplo. Na região, o aproveitamento das possibilidades do GLP varia muito de país para país, mas, no geral, ainda é um energético subutilizado.

Por ser abundante, limpo, acessível, o GLP tem uma série de oportunidades no comércio, na indústria, no agronegócio, no setor de autogás, se for para substituir o diesel, por exemplo, que é mais poluente. Alguns países já usam de forma mais ampla e bem-sucedida como o Peru, com o autogás, e também a Colômbia e o Chile que vem aderindo ao autogás também. O Chile inclusive se beneficia com a aplicação do GLP na navegação, e o Brasil, com o emprego do energético no agronegócio.

3) O mundo vive uma crise sem precedentes gerada pela pandemia de Covid-19. Toda crise também traz oportunidades. Nesse cenário, quais são as oportunidades (ou a principal delas) que você vislumbra para o setor de GLP, seja na Ibero-América ou em nível mundial?

Mais uma vez mostramos a nossa proximidade com a sociedade. Em praticamente toda a América Latina fomos reconhecidos como atividade essencial. Não paramos de trabalhar, de atender o consumidor e levar bem-estar. Esse lado reforça ainda mais a importância do GLP para a vida cotidiana – agora vai começar o inverno nos países mais ao Sul da região, e o GLP vai desempenhar um papel importante para a calefação.

Apesar do aumento de custo, por conta da alta dos gastos com logística e importação do produto, o setor vem atravessando essa realidade difícil imposta pela pandemia sem grandes turbulências. Na ponta, as pessoas não percebem todas as dificuldades que precisam ser superadas para manter o atendimento regular, sem rupturas. A pandemia está deixando um ensinamento de superação: o setor se manteve funcionando a pleno vapor, seja com pessoas trabalhando remotamente ou presencialmente. Em outras situações extremas, provocadas por terremotos ou enchentes, por maiores que sejam as adversidades, o GLP está sempre lá, chegando de porta em porta. Nessa pandemia não foi diferente.

4) Ainda em relação ao chamado “novo normal” provocado pela pandemia, na sua avaliação qual é o principal desafio que se impõe à indústria do GLP para os países ibero-americanos?

 As empresas estão preparadas para a nova realidade, tendo feito as mudanças internas necessárias em relação à higiene e à segurança, com o reforço da limpeza, aumento da conscientização, adoção de máscaras e álcool em gel, enfim, incorporamos nas nossas rotinas todo o cuidado possível para trazer tranquilidade ao cliente, já que o entregador entra na casa das pessoas. É compreensível a apreensão do cliente. Por isso, queremos manter a proximidade da forma certa, com o nosso bom atendimento de sempre e com segurança para colaboradores e consumidores. Nesse aspecto, houve uma transformação em toda a cadeia, mas mantendo o valor do contato humano e a grande empatia, que são atributos típicos dessa indústria.

5)  Quais são os principais entraves ao desenvolvimento do setor de GLP observados em países ibero-americanos? 

O rótulo de ser um produto destinado exclusivamente à cocção é o principal entrave. É preciso trabalhar mais fortemente com os potenciais clientes e reguladores que acabam restringindo o uso. No Brasil, por exemplo, há uma série de restrições que impedem o GLP de competir com outras energias em segmentos que o GLP é perfeitamente aplicável. As únicas restrições que deveriam existir são as de ordem econômica ou técnica. Essa é uma batalha que vem sendo travada em toda a América Latina e que é antiga. A razão dessa resistência é a percepção equivocada do GLP como energia para cocção.

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