Fonte: Circuito Mato Grosso

A pandemia do novo coronavírus escancarou ainda mais o abismo da desigualdade social no Brasil. Com a economia do país em crise, o desemprego em alta e a doença em forte expansão, as consequências desse período para as classes mais vulneráveis ainda são inimagináveis.

Para atravessar esse momento, algumas empresas adotaram ações de responsabilidade social envolvendo diversas necessidades da população, como alimentação, saúde e violência doméstica. A seguir a EXAME compilou quatro iniciativas tomadas durante a pandemia para inspirar outros negócios a fazer o mesmo:

Alimentação para pessoas em situação de rua

A Unilever fechou uma parceria com a Coca-Cola Brasil, a Copagaz e o IFood para distribuir comida à população vulnerável de São Paulo.

A ação, chamada de “Todos à Mesa”, possibilita que o consumidor compre uma marmita a partir de 9 reais no Eats for You, Ame Digital ou IFood e a empresa dobre o valor para que sejam produzidas duas refeições.

Assim, além de conseguir alimentar o maior número de pessoas, a iniciativa também aumenta o faturamento dos pequenos restaurantes. É possível acessar mais informações no site do “Todos à Mesa”.

Botão contra a violência doméstica

Por conta das restrições de deslocamento, os casos de violência contra a mulher aumentaram durante a pandemia. Segundo um relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, só em São Paulo os atendimentos da Polícia Militar a mulheres que foram vítimas de violência subiram 44,9% em março deste ano em relação ao mesmo período no ano passado.

Nesse cenário, duas empresas decidiram criar um botão para denunciar a violência doméstica: Rappi e Magazine Luiza. Essa é uma alternativa para empresas que têm aplicativos.

No caso do app de delivery, o botão consiste de socorro chamado “S.O.S Justiceiras” leva a vítima a entrar em contato com profissionais das áreas jurídica, psicológica, saúde e assistência social.

Já o Magalu tem a função desde 2019, mas a empresa decidiu divulgar com mais intensidade durante a pandemia, para reforçar a possibilidade de uso desse canal pelas vítimas. Neste caso, a denúncia vai direto para o canal 180, do governo federal.

Em entrevista recente, Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho do Magazine Luiza disse que houve aumento de quase 400% no uso do recurso do aplicativo em maio.

Doação para o setor de saúde

Diversas organizações da sociedade civil lançaram iniciativas arrecadar recursos financeiros para as instituições de saúde que estão na linha de frente do combate à covid-19.

Todas as empresas podem fazer doações, como foi o caso da Fundación MAPFRE, que faz parte do grupo espanhol de seguros, e anunciou a doação de 3 milhões de euros, equivalente a cerca de 16 milhões de reais, para o combate à pandemia. O recurso tem sido destinado para iniciativas governamentais e entidades de saúde.

Apoiar ONGs que atuam nas periferias

Empresas também podem decidir apoiar organizações que atuam nas periferias, não só durante a pandemia. A ONG Gerando Falcões, por exemplo, é composta por um time de investidores bilionários, como Jorge Paulo Lemann, um dos homens mais ricos do Brasil.

EXAME já contou a trajetória da iniciativa, criada e desenvolvida pelo empresário social Edu Lyra, na reportagem “Os falcões da periferia”. Agora, durante a pandemia, a ONG fez uma verdadeira operação de guerra para proteger a população vulnerável aos efeitos da covid-19 chamada “Corona no Paredão — Fome Não”.

Para colocar o projeto em prática, as empresas de cartão-alimentação Alelo e Ticket se juntaram, doando 50 mil unidades para serem distribuídas às famílias das periferias. Mais informações para fazer parte da iniciativa no site do projeto.

Outras ONGs como o Voz das Comunidades e a Observatório de Favelas também recebem doações e estão atuando durante a pandemia, principalmente para distribuição de kits de higiene e cestas de alimentos.

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