Fonte: Sindigás

A observância da responsabilidade sobre a marca em cilindros de GLP é um ponto crucial para o bom funcionamento dessa indústria de gás, a segurança e a satisfação do consumidor e o respeito ao seu direito de escolha. A possibilidade de que distribuidoras envasem GLP em botijões de outras empresas é frequentemente apontada como uma saída para a redução do preço do produto. Nada mais inverossímil. As pressões sobre os preços e as variáveis que interferem na sua formação não podem ser, nem de longe, atenuadas por essa flexibilização. A adoção de tal medida com a promessa de que o preço seja reduzido em 20% é um equívoco.

O respeito ao uso restrito da marca pela empresa que detém o direito sobre ela está na base do racional – técnico e mercadológico – de diferenciação e de competitividade das distribuidoras. Se qualquer uma puder usar o botijão de determinada marca concorrente, qual seria a predisposição desta marca em investir na compra, manutenção e requalificação de seus vasilhames, já que seus competidores poderão utilizá-los? Com o sistema atual de marcas, a vida dos botijões é estendida e, assim, os custos associados aos cuidados com os botijões, garantem às marcas um ganho no preço pelo aumento da vida dos vasilhames.

Atualmente, 66 milhões de lares utilizam botijões que funcionam ao lado de fogões acesos. Para garantir que o uso do produto transcorra com total segurança, há uma rígida rotina de procedimentos determinados pela ANP, Inmetro e outros organismos que são seguidos à risca pelas empresas. Cada botijão tem a garantia da distribuidora que o colocou no mercado. É muito fácil, portanto, identificar, de quem é a responsabilidade caso ocorra qualquer problema com o produto, basta ver a marca do vasilhame.

Flexibilizar esse sistema perfeitamente organizado traz ainda um grande prejuízo para o cliente. Será difícil para ele identificar de qual distribuidora está comprando o gás, já que a marca estampada no botijão não necessariamente corresponderá à da empresa que de fato envasou o produto. Assim, sua capacidade de livre escolha do fornecedor fica muito comprometida. A questão é complexa, mas há um ponto pacífico: o respeito à marca é indispensável para uma indústria de GLP bem estruturada.

Sergio Bandeira de Mello – Presidente do Sindigás

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