Fonte: Sindigás

Ainda é relativamente comum nos depararmos com a manchete “botijão de gás explode”, em notícias sobre acidente com GLP. Nada mais incorreto. Uma “barriga”, como se diz no jargão jornalístico. Há anos o setor de GLP vem atuando para corrigir essas manchetes, porque botijão não explode.

O botijão é uma embalagem extremamente segura, feita com uma chapa de aço muito resistente, capaz de suportar com muita folga a pressão do gás. Os recipientes de 5, 7, 8 e 13 quilos (o mais comum), contam com dispositivo térmico de segurança que impede a sua explosão diante de um calor intenso.

A explosão de ambiente (não do botijão) é causada, na maioria das vezes, por uma combinação de fatores: o vazamento do gás, seja no utensílio ou equipamento de consumo de gás ou no kit mangueira/ regulador de pressão; uma concentração específica de gás (precisa um mix determinado de gás e oxigênio) no ambiente; um local sem ventilação adequada; e a exposição a uma fonte de calor (corrente elétrica, por exemplo). Outro equívoco do imaginário popular é taxar o botijão como “perigoso”. Não é. Afinal, ele, em muitos casos, é colocado ao lado, ou bem próximo, de um fogão aceso, sem qualquer problema; o mesmo não pode ser feito com uma embalagem de álcool ou outros combustíveis.

O GLP oferece, portanto, riscos semelhantes aos de outros combustíveis, por ser um produto inflamável, do mesmo modo que a energia elétrica também oferece riscos de incêndio, choque etc. De acordo com estatísticas do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo, existem oito vezes mais incêndios com energia elétrica do que com GLP. Logo, não deveríamos olhar para um botijão de gás com desconfiança.

No Brasil, existe um significativo conjunto de normas técnicas e regulamentos que criam um sistema virtuoso para a qualidade dos recipientes que recebemos em nossas casas. As normas regulam da fabricação dos botijões às válvulas que devem ser usadas, estabelecendo critérios de manutenção e testes de requalificação. Um sistema completo que garante ao consumidor o recebimento, a cada compra de carga de gás, uma embalagem em perfeito estado de conservação e totalmente adequada ao uso. Tais normas, se modificadas, podem introduzir um risco inaceitável em especial em um país que possui aproximadamente 126 milhões de recipientes em circulação; 66 milhões de lares consumidores e mais de 34 milhões de botijões vendidos por mês.

Adicionalmente, no Sistema Brasileiro, a responsabilidade administrativa, civil e criminal sobre problemas com os recipientes de GLP é toda das distribuidoras. Cada botijão tem uma marca gravada em alto-relevo no corpo da embalagem. Uma marca que não pode ser removida ou retirada e que acompanha o recipiente por toda sua vida útil.

Quando um consumidor devolve a embalagem vazia, esta volta obrigatoriamente para a distribuidora, detentora da marca gravada na embalagem, que tem a obrigação de fazer a sua manutenção, cabendo somente a ela o direito de envasar GLP e comercializar o botijão. Esta regra não prende o consumidor a uma marca, pois ele pode, a cada compra de gás, migrar de uma empresa para outra com portabilidade livre e sem burocracias. Esse modelo também garante ao consumidor a identificação do distribuidor responsável pelo botijão e o gás ali contido.

Para o consumidor, o mais relevante, no entanto, é saber que ele precisa sim tomar alguns cuidados básicos – todos muito simples. Além da importância de se evitar vazamento e manter o botijão em uma área ventilada – o consumidor deve verificar e respeitar a validade do regulador de pressão e da mangueira que ligam os recipientes aos pontos de consumo. Eles têm prazo de validade de cinco anos. Utilizá-los além desse limite pode gerar vazamentos. Como se vê, não há razões para ter receios do botijão.

Sergio Bandeira de Mello – Presidente do Sindigás

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